Mais uma vez meu corpo ergueu...
Meus olhos varriam o local, pois havia sangue, mas não havia
corpos.
Corpos? Sim! A quantidade de sangue não me indicava isso,
mas o aroma diferenciado de sangues misturados.
Um casal, nada mais que um casal assombrado por natais
passados. Havia medo naquele sangue; naquelas paredes; naqueles cacos
espalhados...
Havia implorares e recitares... Havia tempo que eu não
escutava aquele tipo de recitar, aqueles símbolos que foram desenhados ao
chão...
Mais alguns passos e o frisson aumentava com a identificação
de mais duas vítimas, mas estas não estavam mortas... Parecia-me que elas
estavam desaparecidas...
Outro casal... Um tanto quanto mais jovens... Mas há algo
diferente nesse quadro, apesar de achá-lo semelhante com algo...
No quadro inicial havia raiva... Não! Na verdade era a
famosa ira descontrolada...
Ira... Medo... Tranquilidade...
“– Foram seus olhos...” – murmuro baixo, arrepiando-me por
completo.
Lembranças perdidas que se mesclavam com a visão... Não!
Elas se mesclavam com o sabor que não saía de meus lábios.
Mais uma vez as imagens pareciam dissolver. Ou assim
tentavam, mas não conseguiam...
Aquele símbolo ao chão murmurava mais coisas que me
mantiveram o observando, dando atenção ao que ele cantava... Declamava...
Havia respeito... Algo mais...
Mais alguns passos foram dados, pois não me interessava às
almas dos que não partiram, mesmo sendo almas de infantes...
“– O que estou pensando?” – o mesmo murmurar. Quase sem
emoção, quase sem vida.
O dia corria, assim como correu o dia anterior...
Algo iria acontecer...
Nesse local...
Nessa casa...
1 comment:
Certo... O casal que morre... são os pais da Alice? Essas são memórias dela? Fiquei um pouco confuso agora... Estou de volta. Minha ausência foi explicada. Espero poder compensá-la. Abraço!
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